Blackburn B-26 Botha

O Blackburn B-26 Botha foi um avião de reconhecimento naval, bombardeiro médio e torpedeiro desenvolvido e fabricado pela empresa de aeronáutica britânica Blackburn Aircraft nas suas fábricas de Brough e Dumbarton e utilizado pelos ingleses durante a 2ª Guerra Mundial. O nome Botha foi escolhido em homenagem ao General Louis Botha, primeiro-ministro da África do Sul e comandante durante a 2ª Guerra dos Bóeres.

O desenvolvimento do B-26 Botha remonta a setembro de 1935, quando o Ministério do Ar britânico emitiu a especificação M.15/35 para o desenvolvimento de um avião bimotor para missões de reconhecimento e de bombardeio para três tripulantes.

Dois projetos foram aceites a concurso: o Blackburn Botha e o Bristol 152 Beaufort. De acordo com a especificação, ambos deveriam utilizar o motor Perseus, no entanto, posteriormente, o Ministério do Ar britânico reviu a especificação e mudou o número de tripulantes para quatro. O aumento de peso requeria um motor mais potente e enquanto a Blackburn optou por motores Perseus de 880 cv, a Bristol utilizou o motor Bristol Taurus de 1 130 cv.

A urgência por um avião que cumprisse com os requisitos da especificação M.15/35 era tal que ainda antes de existirem protótipos é emitido um pedido para Beaufort’s e também para 442 Botha’s.

O B-26 Botha era um avião bimotor monoplano de asa cantilever alta. O primeiro voo do Botha realizou-se no dia 28 de dezembro de 1938 e a RAF começou a receber os Botha’s a 12 de dezembro de 1939. Estes entraram em serviço com o Esquadrão Nº 608, em junho de 1940, onde foram usados principalmente em patrulhas costeiras transportando cargas de profundidade de 50 kg ou bombas de 110 kg.

Operacionalmente, desde o início, o Botha mostrou ser muito fraco, instável, pesado e lento devido a uma enorme falta de potência dos motores. Para além disso encontrava-se mal-armado e era bastante vulnerável aos caças e fogo inimigos. Ou seja, era claramente inadequado para qualquer das funções para que fora construído. Além disso, sofria de problemas mecânicos frequentes que no conjunto resultaram num elevado número de acidentes e abates com a consequente perda de vidas humanas.

A estrutura e o motor foram alvo de profundas revisões e remodelações, mas os problemas, sobretudo relacionados com os mecanismos propulsores, nunca chegaram efetivamente a ser ultrapassados e o avião começou a ser temido e odiado pelas tripulações.

Assim, somente 5 meses após ter entrado ao serviço, foi tomada a decisão de o retirar de serviço das missões para que tinha sido originalmente projetado. O Chefe do Estado-Maior da Força Aérea tomou a errónea decisão mandar continuar a usar os aviões sobreviventes em funções secundárias, como avião de treino, como rebocador de alvos e mesmo como transporte aéreo, o que resultou em mais acidentes.

Finalmente em setembro de 1944, todos os Botha’s foram retirados definitivamente de serviço e desmontados. Ainda assim, a despeito da sua má reputação ainda foram fabricados ao todo 580 aparelhos mas nenhum deles sobreviveu até à atualidade.