Grumman F8F Bearcat

O Grumman F8F Bearcat foi um caça embarcado monomotor a pistão, desenvolvido e fabricado pela Grumman Aircraft Engineering Corporation durante a 2ª Guerra Mundial, não tendo, contudo, sido utilizado em combate durante esse conflito.

O conceito que levou ao desenvolvimento do Bearcat remonta a uma reunião realizada em Pearl Harbor, em 23 de junho de 1942 entre o vice-presidente da Grumman, Jake Swirbul e alguns experientes pilotos do F4F Wildcat que tinham participado na Batalha de Midway. Nessa reunião tenente-comandante Jimmie Thach enfatizou um dos requisitos mais importantes para um bom avião de combate, a taxa de subida. O desempenho da taxa de subida está fortemente relacionado com a relação peso-potência e é maximizada envolvendo a menor e mais leve fuselagem possível em torno do motor mais potente disponível.

Um outro aspecto muito importante que foi tido em consideração no desenvolvimento do novo aparelho foi que ele deveria ser capaz de operar a partir de porta-aviões de escolta, já que o F4F Wildcat estava a ficar obsoleto e o Grumman F6F Hellcat era muito grande e pesado para operar a nesses porta-aviões. Um avião pequeno tornaria isso viável, assim, antes de iniciar o desenvolvimento do novo aparelho a Grumman, durante um ano e meio, analisou intensivamente vários porta-aviões que operavam no teatro de operações do Pacífico

Os estudos resultaram no desenvolvimento do protótipo G-58 que voou pela primeira vez a 21 de agosto de 1944 e que que viria a dar origem ao F8F Bearcat que foi o último de uma longa série de caças embarcados da Grumman equipados com motores de pistões.

O Bearcat foi a combinação de uma célula pequena e leve, ainda mais pequena que a do F6F Hellcat, com um potente motor radial que resultou numa máquina veloz e muito ágil com uma excelente velocidade de subida.

A produção em série começou 6 meses após o primeiro voo, mas o F8F não chegou a tempo de entrar ao serviço para participar na guerra já que, entretanto, o Japão rendeu-se.

O resultado imediato disto foi a redução, pela Marinha americana, das encomendas de 2 000 aparelhos (da Grumman) e 1 800 (da General Motors - designado F3M-1) para somente 770 unidades no total. Os modelos produzidos incluíram caças noturnos (F8F-1N) com dispositivo de radar sob uma das asas e reconhecimento aero-fotográfico (F8F-2P).

No entanto, posteriormente, foi muito usado em combate como avião de ataque ao solo pelas forças francesas no início dos anos 50, na guerra da Coreia e posteriormente, pelas forças sul-vietenamitas na guerra do Vietname.

Relativamente às forças americanas, mais de 20 unidades da US Navy usaram o Bearcat como interceptador na linha de frente até a sua saída de serviço que começou em 1949  e terminou em 1952.

O Bearcat foi o último avião a hélice usado pelos Blue Angels. Após sua retirada das obrigações militares, o Bearcat alcançou grande popularidade como avião de corrida, vencendo vários eventos, inclusive quebrando o Recorde Alemão de Velocidade com 776,8 Km/h. Para um caça projetado especificamente para dominar o Zero japonês, este foi um fim respeitável, apesar de atípico.