De Havilland DH.103 "Hornet" / Sea Hornet

O de Havilland DH.103 Hornet foi um avião de caça bimotor pesado, especialmente desenvolvido para a realização de missões de longa distância, no teatro do pacífico, contra as forças japonesas. No entanto, a 2ª Guerra Mundial terminou antes que o Hornet atingisse o estatuto de avião operacional e como tal não chegou a participar nesse conflito. Para a História da aviação representou o expoente máximo inglês do conceito de caça pesado, equipado com motores de pistons.

O desenvolvimento do D.H.103 remonta a novembro de 1942, quando a empresa de Havilland começou a trabalhar, como um empreendimento privado, num novo projeto que se baseava amplamente no de Havilland Mosquito que já produzia há cerca de um ano. O projeto assentou no conceito de explorar ainda mais as técnicas de construção em madeira comprensada que tinham sido pioneiras no de Havilland Mosquito, associadas a um desenho que tentava explorar ao máximo todas a potencialidades dos dois motores a pistão Rolls-Royce Merlin que equipavam o aparelho.

O D.H.103 apresentava uma fuselagem semelhante à do Mosquito, mas com uma secção frontal reduzida. Era mais pequeno e limpo e tinha uma carenagem dorsal que ligava à deriva vertical. No final de 1942, já tinha sido construída uma maquete que foi inspecionada por oficiais da aviação que, embora tivessem ficado positivamente impressionados com o desenho, não deram ordens para o desenvolvimento do projeto já que foi dada prioridade a outros projetos. Somente em meados de 1943 é que houve aprovação para construção do novo aparelho sob a designação de Hornet.

Cerca de um ano após a aprovação para a construção do Hornet, o avião descolou pela primeira vez a 28 de julho de 1944, alcançando uma velocidade recorde de 780 km/h em voo nivelado. No final desse ano, a RAF recebeu cerca de 60 aparelhos que correspondiam à primeira série de produção que se destinavam a ser operados pelo 64º Esquadrão da RAF, porém, os aviões não chegaram à unidade a tempo de participarem na 2ª Guerra Mundial.

No entanto, o Hornet acabou por se tornar não só num dos caças pesados bimotor, movidos a hélice, mais rápidos alguma vez construídos, como também no último avião da sua categoria a servir na RAF que, entretanto, começava a ser equipada com os novos aviões a jato que começavam a surgir.

O Hornet entrou em serviço com o Comando de Caças da RAF e estava habitualmente estacionado em Inglaterra, porém chegou a ser utilizado em combate no Extremo Oriente como parte da ação militar britânica durante a Emergência Malaia onde foram empregues principalmente em missões de ataque ao solo.

Uma versão com capacidade para operar a partir de porta-aviões foi prevista desde o início do projeto e chegou efetivamente a ser fabricada. Essa versão tomou a designação de Sea Hornet e foi utilizado durante um curto espaço de tempo pela Fleet Air Arm da Royal Navy.

O Hornet serviu na RAF durante cerca de uma década até ser retirado de serviço em 1956, com um total de 380 Hornets (incluindo versões para porta-aviões) construídos no período de 1945 a 1950.