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3 - A escolha do modelo

3ª Parte - A ESCOLHA DO MODELO A CONSTRUIR

 

 

Nesta página será analisado como escolher um kit de modelismo.


Qual o modelo a escolher?

Hobby_14O modelismo estático é um hobby e como hobby que é a sua principal função é distrair e agradar a quem o pratica. Assim, quando pretendemos elaborar um modelo, antes de mais devemos perguntar a nós próprios o que é que nos daria mais satisfação de construir, um avião? Um tanque? Um barco? Um carro de corrida? ...

Quem tem queda por este hobby, facilmente se identifica com uma determinada categoria ou por uma determinada época histórica. Isso é muito pessoal, mas cabe a cada modelista saber ou descobrir qual a que gosta mais, pois por certo e apesar de basicamente os conceitos e técnicas serem praticamente idênticas independentemente do modelo em que estamos a trabalhar, o resultado final será muito melhor se estivermos a trabalhar num modelo que gostamos, ou que os diga qualquer coisa.

O facto de em determinada altura da nossa vida, só gostarmos, por exemplo de kits de aviões, não quer dizer que só se façam modelos de aviões. A verdade é que por vezes também há a necessidade de mudar. O segredo está em que na mudança, continuemos a fazer aquilo que nessa determinada altura nos dê mais prazer.

Há uns anos, quando comecei, só fazia aviões da II guerra mundial. Depois tentei um tanque alemão atual, o “Leopard” à escala 1/72 e gostei da experiência. A partir daí tenho feito outros modelos, embora continue a ter preferência pela aviação ou mais concretamente com o que se relacione com a II guerra mundial. Não me imagino por exemplo a fazer um carro de fórmula 1 ou algo relacionado com as guerras napoleónicas ou peninsulares, mas… nunca se sabe… o futuro o dirá.

Resumindo, escolha o modelo que acredite que mais prazer lhe dará realizar…esse é o segredo.

As fontes de inspiração

Hobby_15Se é como eu, e acha que um modelo só está realmente concluído quando está inserido numa base, cenário ou diorama que o contextualize minimamente em relação ao ambiente original em que operou, então as dicas que irei apresentar de seguida talvez lhe interessem…

Não há nada como a imaginação de cada um para criar as diferentes contextualizações e cenários para cada modelo que se constrói, mas quantas e quantas vezes parece que nos dá uma branca, ou parece que nos falta algum pequeno pormenor, no nosso trabalho, mas que parece fazer toda a diferenças no resultado final.

É nessas alturas que necessitamos de inspiração… e essa a maior parte das vezes está onde menos esperamos. Mais uma vez lembro que esta é uma questão muito pessoal, mas vou dizer quais são as minhas, pode ser que ajude.

Livros de banda desenhada.

Se já tem uns anitos, por certo que conhecerá uma coleção de banda desenhada de bolso que se chamava “ O Falcão”. Foram publicados centenas de números, e acredito que marcaram indelevelmente muitos dos jovens da minha geração. Quem não se lembra do famoso piloto Luso Britânico, o major Alvega, do ENE 3, do John Steel ou da Manselle X? Também por essa altura uma outra coleção tinha muita aceitação no mercado, era a “Guerra”.

Infelizmente hoje quase não se houve falar destes pequenos livros de quadradinhos, mas ainda gosto de os ler e imaginar cenários baseados no que vejo nos quadradinhos… Mas também existe boa banda desenhada atual.

Foi publicado pela “BdMania” mais um livro do “Battler Britton” (Major Alveja), com argumento de Garth Ennis e desenhos de Colin Wilson, outro bom livro que recomendo é o “O último voo”, publicado pela “vitamina BD”, com textos de Romain Hugault e Régis Hautière e desenhos de Romain Hugault.

Filmes, séries de televisão e documentários.

Outra boa fonte de inspiração para quem pratica modelismo estático militar, são os filmes de guerra. Só tem que escolher um que decorra numa época histórica que lhe agrade e a inspiração ou vontade de reproduzir uma determinada cena do filme por certo aparecerá.

Quem nunca viu o “O resgate do soldado Ryan”, “A bandeira dos nossos pais”, “Cartas de Iwo Jima”, “Os canhões de Navarone” ou mais recentemente “Cavalo de guerra” e “Red Tails” e tantos outros filmes que são excelentes fontes de inspiração?

Relativamente a séries de televisão, Band of Brother e Pacific, são simplesmente dois nomes incontornáveis para os apaixonados por assuntos relacionados com a segunda guerra mundial, sendo que o primeiro se desenrola no palco europeu e o segundo tem por cenário o palco asiático.

Estas séries são fontes inesgotáveis de inspiração e informação. O facto de serem a cores e terem na sua realização um cuidado extremo pelo realismo a ponto de terem como consultores alguns dos intervenientes ainda vivos no conflito original que deu origem às séries, fazem com que muito facilmente nos seja possível “sonhar” com inúmeros possíveis cenários e estudar detalhes como por exemplo os relacionados com o fardamento, equipamentos, fortificações, construções e afins.

Os documentários são outra rica fonte de inspiração, tanto mais que nos últimos tempos tem saído para o público muito material a cores, o que inquestionavelmente nos permite ter uma visão mais realística e detalhada do que estamos a ver.

Outras fontes de inspiração.

Por fim, mas não menos importante temos as revistas, livros e internet. Quantas e quantas vezes dou por mim completamente absorvido por uma determinada fotografia real que encontro num destes suportes e que sei que dariam um excelente diorama, ou a ver trabalhos já realizados por outros modelistas e que adoraria ter também reproduzidos na minha coleção…

As fontes de inspiração podem ser diferentes de modelista para modelista, mas estou certo que se houver uma boa fonte de inspiração, mesmo sem grandes fontes de informação o resultado final, por certo será muito bom. Existem modelos que são fruto da imaginação e totalmente executados por habilidosos modelistas, e isso só é possível para quem tem grande inspiração e talento.

Notas finais:

Depois de ter uma imagem na sua cabeça da obra que gostaria de construir, é necessário pesquisar se existem à venda os kits necessários para a sua realização. Atualmente com a vasta oferta de modelos disponibilizados pelo mercado é muito provável que o consiga encontrar. Caso não exista, tem de fazer uma outra abordagem e ver se existirá algum kit de transformação que permita construir o modelo desejado por si.

Se se tratar de um modelo tão raro que não exista efetivamente nenhum kit de construção, nem de transformação, poderá sempre ponderar construir um de raiz. Isso exige muito mais trabalho, conhecimentos e técnicas que só se desenvolvem e apuram com o tempo e a experiência, mas em contrapartida permitem-lhe ficar na posse de um modelo realmente original e único.

Durante a sua pesquisa pela oferta de kits existentes no mercado e necessários para a realização do seu projeto tem que ter em atenção as escalas em que eles existem, mas sobre este assunto falaremos um pouco mais lá para a frente, pois antes ainda vai ter que fazer outro tipo de pesquisa. A pesquisa de informação relativa aos modelos ou cenário que se propõe construir.

As fontes de informação

Hobby_16Apesar de os kits de modelismo atuais serem cada vez melhores e mais realísticos, quem se inicia no mundo do modelismo estático e pretende construir modelos que possam ser consideradas verdadeiras reproduções à escala, depressa se apercebe que os modelos comercializados frequentemente apresentam lacunas. Ao consultarmos as instruções fornecidas constatamos que quase sempre essas são omissas relativamente sobretudo aos pequenos pormenores, sejam elas a nível dos equipamentos, das cores ou símbolos e emblemas identificativos.

Quem nunca ficou com duvidas relativamente aos tipos de cintos que equipam os assentos dos aviões? Qual a cor do interior de uma carlinga ou qual a cor do porão das bombas de um determinado bombardeiro? O tubo Pivot, onde deve ser colocado? Qual a cor de um tubo de escape de um tanque? A mesma do tanque, metálica ou ferrugenta? A torreta de um determinado tanque, é lisa ou rugosa? Os pneus, são pretos ou cinzentos?...

As dúvidas e perguntas deste género são muito mais frequentes do que se pode pensar à partida, assim é fundamental antes de iniciarmos a construção de um determinado modelo que nos apetrechemos com boa documentação sobretudo fotográfica. Esta necessidade é tanto maior quando nos propomos a fazer um modelo parcial ou totalmente diferente do proposto pelo fabricante do modelo que temos em mãos.

Mas não se pense que a necessidade de informação prende-se unicamente com o modelo que nos propomos reproduzir. É igualmente importante, sobretudo para quem gosta de contextualizar o seu modelo, haver a preocupação com a obtenção de informação histórica da época. Qual o meio ambiente em que operou, que tipos de edifícios existiam, que veículos forneciam apoio, que fardas ou vestuário eram usadas pelos intervenientes, que vegetação,…

Assim, qualquer modelista antes de iniciar o seu modelo tem que realizar um trabalho prévio de pesquisa, também ele a maior parte das vezes interessante e enriquecedor.

É frequente que com o tempo, a investigação, a experiência, mas sobretudo a dedicação a uma determinada época histórica, converta o modelista num verdadeiro especialista desse período da história, porque o estudo de um determinado modelo, vai muito para além do modelo em si.

Mas então onde podemos obter informação fidedigna?

Basicamente existem duas formas, a direta e a indireta.

A forma direta é visitando museus, exposições, festivais aéreos, paradas militares ou conversando com intervenientes… São ótimas fontes de informação no que diz respeito aos modelos propriamente ditos, mas geralmente pobres no que diz respeito à sua contextualização histórica e operacional.

As formas indiretas são:

Livros e revistas:

Relativamente a estas fontes há que fazer duas separações, os livros e revistas dedicados ao modelismo e os livros e revistas não dedicados ao modelismo, mas que são excelentes fontes de informação tanto mais que existem publicações exclusivamente dedicadas a determinados modelos ricamente ilustrados com fotografias, desenhos técnicos e ilustrações ricas em detalhes e pormenores. Para além disso geralmente vêm acompanhadas de textos explicativos do seu desenvolvimento, características técnicas e historial operacional.

Estas fontes de informação são valiosíssimas, porque se é possível obter boas imagens de aparelhos recentes, o mesmo já não se pode dizer por exemplo relativamente a aviões ou tanques da I guerra mundial em que as fotografias são a preto e branco e frequentemente de muito má qualidade. No entanto através do trabalho de excelentes ilustradores e historiadores é-nos oferecido um trabalho que em muito nos irá facilitar a vida.

Estas revistas e livros para além de fotografias relativas aos aparelhos propriamente ditos, também costumam vir acompanhadas de fotografias dos aparelhos em contexto operacional, por isso temos o melhor dos dois mundos.

Quando às revistas e livros dedicados ao modelismo estático estão felizmente em franca expansão. Hoje em dia é possível encontrar muitas revistas dedicadas a este hobby. Quase todas têm artigos onde os kits são montados passo a passo desde a construção, até à pintura e efeitos finais. Também costumam ter partes dedicadas ao ensinamento de técnicas, partes dedicadas à divulgação e análise crítica de novos modelos e partes dedicadas à publicidade de lojas e fabricantes. Uma boa alternativa para quem não tenha muito tempo para fazer pesquisa poderá ser a de se orientar pelos artigos em que os modelos são construídos passo a passo, pois costumam ser de boa qualidade e rigor.

Quanto aos livros tanto podem ser manuais de modelismo como serem dedicados a uma técnica específica (aerógrafo, por exemplo), ou a um tema (dioramas, por exemplo), ou um modelo em concreto. As ofertas são tantas e tão boas, que o difícil mesmo é escolher alguns essenciais para se comprar.

Os vídeos:

A utilização dos vídeos é cada vez mais utilizada como fonte de informação. Esta pode ir, como vimos anteriormente, do assistir a um filme ou série e obtermos por exemplo uma boa informação sobre as tonalidades dos uniformes ou os equipamentos utilizados, até ao assistir, por exemplo no youtube a um modelista a montar ou a pintar o seu kit.

Mas vídeo como boa fonte de informação, sobretudo no que diz respeito à aplicação de técnicas de pintura recomento mesmo é comprar o “AFV Acrylic techniques DVD” produzido pela Vallejo e em que aprendemos a pintar e detalhar com o extraordinário Mig Jimenez.

A internet:

A internet como fonte de informação foi deixada propositadamente para o fim. Inquestionavelmente é a mais rica, diversificada e livre fonte de informação que se pode ter, mas isso não é forçosamente bom. Pode até parecer contraditório mas a internet pode mesmo tornar-se a nossa maior dor de cabeça. Ela é de facto a maior fonte de desinformação que pode haver…

Se fizermos a pesquisa de um determinado modelo (por exemplo, um Messerschmitt Bf-109 E-3), aparecem-nos tantos resultados, tantas versões, tantos esquemas de camuflagem, tantos países e cenários em que operou, tantas diferenças de aparelho para aparelho, que o mais certo é sentirmo-nos perdidos com tanta informação. Ou seja a internet é uma boa fonte de informação, mas por vezes é preferível termos pouca, do que muita informação.

O esquema

Hobby_24Nesta fase, já tem perfeitamente delineado na sua cabeça o projeto que se propõe realizar. A sua pesquisa das ofertas existentes no mercado também já permitiram saber se existe ou não à venda os kits de que vai necessitar para a realização do mesmo, ou se vai ter que modificar um modelo existente ou mesmo construir um de raiz.

A sua pesquisa de informação pelas fontes históricas ou as relativas ao modelo ou aos modelos que se propõe construir também já lhe permitiram estar na posse de imagens e esquemas que enriquecerão o seu projeto final, mas na verdade ainda não está na fase de o construir, pelo menos se for minimamente metódico.

Antes de iniciar a montagem de qualquer novo projeto é altamente recomendável que passe aquilo que tem em mente para um esquema em papel. Isto vai permitir que mais facilmente disponha espacialmente os seu modelos no cenário que se propõe construir e ter uma ideia mais clara das dimensões finais do seu trabalho.

Os esquemas convêm ser feitos nas dimensões reais que o trabalho terá quando finalizado, e isto é possível, porque na caixa ou nas instruções é costume virem as dimensões finais do kit quando terminado.

Claro que as dimensões finais estão diretamente relacionadas com a escala dos kits que escolher, e esse é um aspeto muito importante e que analisaremos de seguida.

Relativamente ao esquema, não necessita de ser um mestre em desenho, nem rigoroso como um arquiteto. O importante é que seja compreensível para si e que sirva de elemento condutor na realização da totalidade do projeto, isto é, imagine que vai construir um tanque a passar em cima de uma pilha de destroços de uma casa.

Como sabe que o seu projeto para além de ter um tanque também contempla ruinas de uma casa, poderá trabalhar nessa parte em alturas que não lhe apeteça trabalhar no tanque ou em alturas que este esteja em fase de secagem. E assim tem sempre que fazer…

O banco de sobras

Hobby_25Raros são os kits em que no final da montagem não sobram peças… Isso não se deve (espero) a erros de montagem, mas sim ao facto de um mesmo kit, geralmente, permitir a construção opcional de mais do que uma versão e daí tem que ter diferentes peças para reproduzir diferentes pormenores.

Atualmente existem diversos fabricantes que produzem peças, sobretudo em resina, que nos permitem reproduzir ou melhorar uma determinada versão de um kit em que estamos a trabalhar, mas caso se trate de um modelo que não tem upgrades disponíveis no mercado, ou caso não queiramos gastar dinheiro, uma boa opção é a de recorrermos ao nosso banco de sobras. Outra ocasião em que temos que forçosamente recorrer ao banco de sobras é quando estamos a montar modelos em vacuform, pois geralmente são muito pouco detalhados e pecam por raramente trazerem peças à parte para enriquecer o modelo.

Mas afinal o que é um banco de sobras? Qualquer modelista sabe perfeitamente que nenhuma peça que sobre da montagem de um kit é tão inútil que não possa ser aproveitada para enriquecer um outro kit ou mesmo um diorama. Por isso, manda o bom senso e a experiencia que todas as peças opcionais não utilizadas numa determinada montagem sejam guardadas e minimamente catalogadas, para que quando sejam necessárias facilmente sejam encontradas.

O armazenamento das peças depende de modelista para modelista, podendo ir de uma simples caixa (mesmo de um kit já construído) a caixas plásticas organizadoras que atualmente abundam no mercado. O importante mesmo é que se guardem todas as peças e de preferência por escalas iguais.

Mas o banco de sobras vai para além das peças. Os próprios decalques devem ser cuidadosamente guardados, pois poderão ser reutilizados noutras circunstâncias, tanto mais que frequentemente permitem o detalhamento em mais do que uma versão com os seus diferentes emblemas e insígnias, daí ser fácil sobrarem bastantes que poderão inclusivamente ser utilizados em “funções” completamente diferentes das inicialmente previstas, através, por exemplo, do seu corte e reorganização de letras ou números.

 

 


A parte que se segue em rigor deveria vir antes de "o esquema", pois antes de partirmos para a realização de um plano esquemático do que nos propomos realizar deveríamos analisar em que escala estamos a pensar, ou em que escala nos é possível realizar o trabalho que idealizámos, mas com este é um tema tão extenso, optei por fazer um separador à parte. Por isso vamos agora falar sobre as escalas.

 


 Última atualização da página: 07/09/2018