Ford GPA / Jeep GPA

By Alf van Beem [CC0], from Wikimedia Commons

RESUMO HISTÓRICO

O Ford GPA foi uma das versões da longa linhagem de Jeeps criados durante a 2ª Guerra Mundial. A ideia de produzir um Jeep anfíbio surgiu porque se constatou que na Europa, com o avançar do conflito, muitas infraestruturas, nomeadamente pontes e viadutos, estavam destruídas, ou poderiam vir a ser destruídas quando as tropas do eixo iniciassem a sua retirada. Isso poderia atrasar o avanço dos exércitos aliados. Assim, fazia sentido a criação de um veículo anfíbio que pudesse transpor estes obstáculos sem a necessidade de intervenção da engenharia para construir pontes ou pontões para passar rios e afins. Foram assim emanadas as diretrizes para a construção de um novo veículo, que viria a receber do Exército Americano a designação de Jeep G.P.A 4X4 (G - Goverment, P-Distância entre eixos de 80 polegadas e A – Amphibian).

Embora tenha sido projetado por Roderick Stephens Jr., engenheiro e designer da empresa de iates Sparkman & Stephens Inc, que participou no desenvolvimento do projeto que daria origem ao famoso caminhão anfíbio DUKW de tração às seis rodas, o Ford GPA nunca conseguiu alcançar grande sucesso.

A construção do veículo foi desenvolvida em competição pela Marmon-Herrington, especializada em veículos de tração integral e pela Ford Motor Company. A Marmon-Herrington optou por uma estrutura integral criada pelo corte de formas de chapa de aço soldadas entre si. Já a Ford usou um chassi robusto e uma armação interna na qual, folhas de aço, tipo automóvel, mais ou menos regular, foram soldadas. Este tipo de construção tornou o GPA da Ford cerca de 180 kg mais leve que seu concorrente. Talvez por ter tido os mesmos projetistas este novo veículo parecia um DUWK em miniatura.

Os protótipos da Ford ficaram prontos em finais de 1941 e foram submetidos a inúmeros testes comparativos com os protótipos concorrentes desenvolvidos pela empresa Marmon-Herrington Company. No final, um desempenho superior e o facto de o projeto do GPA da Ford ser baseado nos jipes padrão Willys MB e Ford GPW, usando muitas das mesmas peças e partes, levou a que esta ganhasse o concurso. Na realidade, o GPA apresentado pela Ford tinha também um interior similar ao dos jipes MB / GPW, embora o compartimento do motorista possuísse quase o dobro de alavancas de controle: 2WD / 4WD, hi-range / lo-range, guincho elétrico, implantação de hélice de impulso, controlo do leme e uma ancora…

No entanto não foi um projeto bem conseguido já que, quando começou a ser usado no terreno, mostrou inúmeras deficiências. Em terra foi considerado muito lento e pesado, ficando frequentemente atolado onde outros Jeeps passavam sem problemas de maior, e, na versão anfíbia, principalmente em águas agitadas, havia o risco de o veículo afundar devido à entrada de água pela parte superior. Assim, uma das principais razões que levou ao seu desenvolvimento, o apoio ao desembarque anfíbio de tropas diretamente na praia e consequente progressão para o interior, mostrou-se bastante limitado.

Estes problemas, associados a problemas financeiros entre a Ford e o governo dos EUA, levaram a que por volta de março de 1943, após a entrega de apenas 12.778 veículos, a produção tivesse sido cancelada.

O GPA ainda participou nos desembarques na Sicília em setembro de 1943. No entanto, a maioria dos exemplares foi fornecida a nações aliadas, sob o programa Lend-Lease, das quais se destaca a União Soviética, o Canadá, a Inglaterra, a França Livre e o Brasil.

No Pós-Guerra, a União Soviética produziu sua versão local denominada GAZ 46 MAV, que seria exportada para vários países alinhados ao bloco socialista durante as décadas de 1940 e 1950.

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 Última atualização da página: 19/06/2018