Fiat Br.20 Cicogna (Stork)

O Fiat BR 20 “Cicogna” (português: "cegonha") foi um avião bombardeiro médio, desenvolvido pelo engenheiro Celestino Rosatelli e fabricado pela Fiat Aviazione, utilizado pelos Italianos durante a Guerra Civil Espanhola e a 2ª Guerra Mundial.

O projeto do BR.20 remonta 1934, quando a Regia Aeronautica (Força Aérea Real Italiana) emitiu um pedido para o desenvolvimento de um novo bombardeiro médio capaz de alta velocidade, longo raio de ação, carga útil satisfatória, fiabilidade e características de voo comparáveis com as dos bombardeiros médios contemporâneos.

Entre as empresas que concorreram ao concurso, estava a Fiat, que completou a sua proposta durante o ano de 1935. A 10 de fevereiro de 1936, o primeiro protótipo (número de série M.M.274) realizou o seu voo inaugural. Os testes de voo prosseguiram a um ritmo rápido e, em setembro de 1936, as primeiras 20 unidades começaram a ser entregues à Regia Aeronautica, tendo-se rapidamente tornado no bombardeiro padrão da Itália de meados até ao final dos anos 30 do século passado.

O “Cicogna” era um avião monoplano bimotor de asa baixa, com empenagem lateral dupla e para a história da aviação ficou como o primeiro bombardeiro italiano totalmente metálico a entrar em serviço. Na altura em que apareceu foi considerado como um dos mais avançados e modernos bombardeiros médios do mundo.

Durante o verão de 1937, o Fiat BR 20 recebeu o seu batismo de fogo quando foi operado pela Aviazione Legionaria durante a Guerra Civil Espanhola, onde foi amplamente testado e operado em combate já que, conjuntamente com o bombardeiro alemão Heinkel He 111, constituiu a espinha dorsal das operações de bombardeamento nacionalistas. Também na Ásia e pela mesma altura, o BR 20 foi utilizado com relativo sucesso pelos japoneses durante a 2ª Guerra Sino-Japonesa, já que estes tinham adquirido cerca de 50 aparelhos à Fiat.

Aquando da entrada da Itália na 2ª Guerra Mundial, o aparelho já se encontrava ultrapassado e obsoleto. Ainda assim, foi utilizado com algum sucesso na Campanha de França onde as forças do Eixo dominavam os céus. Sofreu pesadas baixas durante a Batalha da Inglaterra, na Frente Oriental (contra os russos), em Malta, na Jugoslávia e nos Balcãs, por isso, a partir de 1942, o avião passou a ser utilizado sobretudo no patrulhamento naval e no treino operacional para tripulações de bombardeiros.

Em 1939, um BR.20 modificado para voos de longo curso, designada BR.20L e denominado de Santo Francesco, sob o comando de Maner Lualdi, realizou um voo sem escala altamente publicitado de Roma para Adis Abeba, Etiópia.

Na totalidade foram fabricados 528 aparelhos, dos quais 233 na versão BR.20, 279 na versão BR.20M (de "Modificado") e 15 na versão BR.20Bis. As duas últimas versões tinham mudanças na seção transversal do nariz e estavam equipados com motores mais potentes.