Avro 555 Bison / Avro Type 555

O Avro 555 Bison, também designado por Avro Type 555, foi um avião britânico de observação e reconhecimento, projetado por Roy Chadwick e fabricado pela A.V. Roe and Company (Avro) pouco após o términus da 1ª Guerra Mundial. Este modelo representou mais uma iniciativa desse fabricante para assumir a liderança no desenvolvimento de aviões militares de grandes dimensões.

O projeto do Avro Bison remonta a 1920, tendo surgido como resposta à Especificação 3/21 do Ministério do Ar britânico, que visava a criação de um avião de reconhecimento e observação para a frota baseado em porta-aviões, destinado a substituir o obsoleto Westland Walrus.

Na altura, a Avro, que paralelamente desenvolvia o Avro 549 Aldershot, recebeu autorização para fabricar três unidades, que competiram com o concorrente Blackburn Blackburn.

O Avro Bison efetuou o seu primeiro voo em 1921 e, após os testes de avaliação, foram encomendados doze aparelhos. A entrada ao serviço operacional ocorreu em 1922.

O Avro Bison era um avião monomotor e foi especialmente projetado para operar a partir de porta-aviões da Marinha Britânica. Para isso a sua estrutura era composta por uma armação de tubos de aço revestida em tecido, com uma configuração de asas biplano, comum na época, que garantia robustez para as missões aeronavais.

O avião era propulsionado por um motor Napier Lion II com 450 cavalos de potência e possuía uma fuselagem, de secção quadrada e bastante profunda, projetada para acomodar a tripulação de forma incomum: o piloto sentava-se num cockpit aberto no topo da fuselagem, à frente das asas, o que oferecia excelente visibilidade para as aterragens no convés dos porta-aviões, mas prejudicava a aerodinâmica e tornava o voo pesado e com turbulências que afetavam a estabilidade geral do avião.

Atrás do piloto, uma cabine fechada, com grandes janelas retangulares, acomodava o navegador e o operador de rádio, permitindo que estes trabalhassem de pé. Todos os equipamentos necessários para observação e comunicação ficavam nesse compartimento. Na parte traseira da fuselagem, havia ainda um posto para um artilheiro, armado com uma metralhadora Lewis montada num anel Scarff.

O objetivo principal do Bison era servir como plataforma estável para localizar a frota inimiga e corrigir o tiro de artilharia dos navios de guerra britânicos. Apesar das limitações aerodinâmicas, cumpriu efetivamente as funções para as quais foi projetado, operando a partir de porta-aviões como o HMS Argus e o HMS Eagle.

O Avro Bison integrou a Fleet Air Arm (então sob administração da RAF), no entanto, limitações tecnológicas levaram a que rapidamente ficasse ultrapassado por aviões tecnologicamente mais avançados, como por exemplo o mais moderno Fairey IIIF que o substituiu.

Para muitos o Avro Bison ficou na história da aviação como um dos aviões mais inestéticos ou "feios" alguma vez construídos e no total foram somente fabricadas 55 unidades, incluindo os protótipo e as variantes I e II, e o aparelho foi definitivamente aposentado em 1929.