SITE DEDICADO AO MUNDO DO MODELISMO ESTÁTICO & MILITARIA E EM CONSTANTE ATUALIZAÇÃO, POR ISSO NÃO DEIXE DE IR APARECENDO | ||
ULTIMA ATUALIZAÇÃO DO SITE: 06/10/2024 |
Muitos modelistas gostam de contextualizar os seus trabalhos em cenários e uma forma de realizar parte desses cenários é usando pasta de papel pois para além de ser relativamente barata é de fácil fabrico e manuseio.
Nesta página iremos apresentar a forma como fazemos a pasta de papel e algumas variantes que podemos utilizar e assim obter “diferentes” pastas de papel.
PROCEDIMENTO GERAL
Imagem-01 | Imagem-02 |
A preparação da pasta de papel começa com o fracionamento do papel em pequenos bocados conforme pode ver na imagem 01. Neste caso foi usado papel triturado num destruidor de papel. Caso não disponha de um, isso não constitui problema, porque o que interessa é dividir o papel em pequenos bocados. Para isso pode usar simplesmente as mãos ou recorrer à ajuda de uma tesoura.
Esta fase pode-se tornar tediosa, mas a quantidade de papel que terá que preparar está inteiramente relacionada com a quantidade de papel que vai necessitar para o seu trabalho. Pessoalmente costumo fazer uma grande quantidade que depois vou usando consoante as necessidades. Assim não estou sempre a fazer pasta de papel.
Depois de ter a quantidade de papel necessária dentro de um recipiente adicione água, preferencialmente morna, e deixe o papel a amolecer durante algumas horas. Este passo pode ser visto na imagem 02.
Imagem-03 | Imagem-04 |
Depois de decorridas algumas horas dê um apoio no rompimento das fibras do papel. Para isso, conforme pode ver na imagem 03, basta irmos mexendo o papel amolecido e rasgando continuamente pequenos pedaços que recolhemos do recipiente.
O papel conforme vai sendo manuseado vai libertando pigmentos e outros compostos, por isso é necessário substituir frequentemente a água. Use para o efeito preferencialmente água morna.
Também deverá usar luvas. Sei que não as estou a utilizar, mas não podia deixar de fazer a observação.
Na imagem 04 é possível ver como a nossa “calda” terá que ficar. Consoante o tipo de papel que usar, o tempo que se demora a chegar a esta fase varia bastante. Se usar papel de jornal chega-se a esta fase normalmente em poucas horas, mas se usar papel “normal” que já não necessita, pode demorar 1 a 2 dias. Se usar papel de revistas, o tempo será ainda mais dilatado…
Imagem-05 | Imagem-06 |
Depois de a nossa “calda” estar pronta é necessário retirar o excesso de água. Para isso basta pegar em pequenas quantidades e ir comprimindo em pequenas bolas a fim de “expulsar” o excesso de água. Não necessita de comprimir demasiado a bola, pois a ideia não é retirar a água toda, mas simplesmente o excesso.
O resultado desta fase pode ser visto na imagem 06. Temos bolas perfeitamente consistentes, mas mesmo assim com algum teor de água. Possivelmente irá ficar surpreendido com a quantidade a que ficou reduzido o nosso papel, mas é normal, não se preocupe.
Imagem-07 | Imagem-08 |
Na imagem 07 e imagem 08 é possível verificar que o próximo passo passa por “destruir” as nossas bolas de papel. Temos que o fazer a todas elas, antes de avançar para o próximo passo.
Imagem-09 | Imagem-10 |
A preparação da pasta de papel está quase concluída. Conforme pode ver da imagem 09, o procedimento seguinte é a junção de cola branca à preparação inicial. Não há rácios perfeitos, na realidade o melhor a fazer é ir juntando pequenas quantidades de cada vez e ir vendo se a pasta tem a consistência desejada. Esta não deverá ser demasiado liquida sobe pena de não dar para manusear corretamente.
Se a pasta de papel for para usar de imediato e presumivelmente na totalidade. Parabéns! Concluiu o processo e está na posse de pasta de papel. No entanto, se a ideia é usar só parte dela e “guardar” o restante para uso posterior, aconselho a juntar um pouco de vinagre (imagem 10) pois impede a formação de bolores.
Imagem-11 | Imagem-12 |
Finalmente misture novamente tudo muito bem e coloque a preparação final num recipiente que possa arrumar no frigorífico, caso não gaste toda a pasta de papel que preparou.
Nesta fase pode colocar a questão. Mas quanto tempo posso eu ter a pasta em “condições” de utilização no frigorífico? Na realidade não sei. Posso simplesmente falar pela minha experiência. Há uns anos tive que parar com o modelismo durante 4 anos pois decidi tirar um curso superior na área em que trabalhava. Quando retomei o hobby tinha um recipiente em plástico, bem fechado, no frigorifico e preparado como descrito acima. Ainda estava em perfeitas condições e usei-o sem qualquer problema…
VARIANTE 1 - Coloração
Nesta variante aplicamos todo o procedimento geral descrito em acima. A diferença está somente no final.
Imagem-01 | Imagem-02 | Imagem-03 |
Finda a preparação da nossa pasta de papel podemos optar por dar-lhe diferentes cores. Pessoalmente desaconselho esta situação pois facilmente irá verificar um gasto exagerado de tinta em comparação com uma pintura final depois da nossa pasta de papel “sem coloração” estar seca. Mas como entendo que em determinadas situações até pode ser uma alternativa a ter em conta, aqui ficam algumas imagens elucidativas desta variante.
VARIANTE 2 - Imitação de terrenos
Esta variante já me parece mais interessante para o praticante de modelismo. É muito idêntica à referida anteriormente, só que em vez de adicionarmos à nossa pasta de papel cores, adicionamos partes de terrenos que pretendemos recriar.
Imagem-01 | Imagem-02 | Imagem-03 |
Mas vamos começar pelo princípio. Prepare a pasta de papel inteiramente como referido no “Procedimento geral”. No final, adicione pequenas quantidades de diferentes materiais consoante o seu propósito. Por exemplo, se pretender recriar um terreno arenoso, adicione pequenas quantidades de areia fina. Se pretende recriar um terreno de terra, adicione pequenas quantidade de terra natural, a que poderá juntar pigmentos para obter diferentes tipologias de terreno. Se pretender um terreno mais lamacento poderá adicional à pasta de papel aqueles produtos para tapar juntas de azulejos e que darão bons resultados. O limite é a imaginação. É só uma questão de testar diferentes opções…
VARIANTE 3 - Pasta fina / Super fina
A pasta de papel “normal” é relativamente rugosa. Mas existem formas para a tornar mais fina. É isso que iremos ver de seguida.
Imagem-01 | Imagem-02 | Imagem-03 |
Comece por seguir os passos descritos no “procedimento geral” até à imagem 04. Não retire o excesso de água. Ao invés disso, pegue numa varinha mágica e triture muito bem a “calda” de papel.
Conforme poderá constatar na imagem 03 desta variante, o resultado final após a trituração é uma calda muito mais fina.
Imagem-04 | Imagem-05 | Imagem-06 |
No entanto, essa calda não nos permite, tal como descrito no procedimento geral, fazer pequenas bolas para remover o excesso de água. Como alternativa, podemos utilizar um pano de cozinha e um coador grande – Imagem 05.
Deixamos, numa primeira fase, o excesso de água escorrer entre o pano e o coador. Posteriormente, quando a quantidade de água já for menor, podemos espremer diretamente o pano para que o conteúdo de água em excesso saia. Podemos fazer, por exemplo, diretamente num lava-loiça – Imagem 06.
Imagem-07 | Imagem-08 | Imagem-09 |
Com esta técnica obtemos uma pasta muito mais fina e menos rugosa que a descrita no procedimento geral. Depois basta adicionar pequenas quantidades de cola branca até se obter a consistência desejada.
Mas ainda é possível obter uma pasta mais fina (super fina). Para isso, tal como pode ser visto na imagem 09, à pasta triturada adicione pequenas quantidades de farinha maizena ou pó de talco. Misture bem e adicione, de seguida, cola em pequenas quantidades até obter a consistência desejada.
A forma de obter pasta de papel descrita na variante 3 permite obter pastas com uma consistência muito idêntica às pastas comerciais como as “Das Pronto – Modelling Clay”