SITE DEDICADO AO MUNDO DO MODELISMO ESTÁTICO & MILITARIA

Translate to English Translate to Spanish Translate to French Translate to German Translate to Italian Translate to Russian Translate to Chinese Translate to Japanese
Sondagem
Qual a sua área de modelismo preferida?
Militar aéreo
Militar terrestre
Militar naval
Civil aéreo
Civil terrestre
Civil naval
Ficção
Outro
Ver Resultados

Rating: 4.1/5 (4320 votos)

ONLINE
2




Partilhe esta Página



 


AJUDE A MANTER ESTE PROJETO

VISITANDO

 Logo Temu

OU DOANDO

Donativos

 




Total de visitas: 658293
1 - Introdução
1 - Introdução

1ª Parte - INTRODUÇÃO AO MUNDO DO MODELISMO ESTÁTICO

 

 

Esta é a primeira página de uma série de páginas em que tentarei fazer uma abordagem sobre o mundo do modelismo estático. Cada nova página aparecerá na sequência lógica da anterior e todas elas no seu conjunto podem ser interpretadas como um manual de modelismo, dividido em várias lições (páginas).


Contextualização histórica

Desde sempre o homem sentiu necessidade e fascínio de recriar o ambiente que o rodeia. Ainda na época pré-hstórica são famosas as pinturas e gravuras rupestres, representando cenas do seu quotidiano diário.

Também deste período da história da Humanidade são as Vénus (Assim designadas em homenagem à deusa romana da beleza), que eram reproduções de mulheres exageradamente gordas (grávidas?) e com grandes coxas e seios. Por causa destas características há quem defenda que representavam a mãe terra ou eram preces aos deuses para que a tribo fosse fértil em descendentes e alimento. Talvez nunca venhamos saber qual o verdadeiro significado delas, mas sabemos que tanto pelo material de que eram feitas (esteatite, calcita ou calcário, ossos, marfim, ou ainda em argila que era depois cozida), como pelos utensílios de que o ser humano na altura dispunha, deveriam ser muito importantes para a tribo, pois a sua manufatura deveria ser complexa e morosa.

O ser humano continuou a evoluir e chegamos às primeiras cidades que apareceram na Suméria. Aqui os achados arqueológicos de esculturas mostram-nos já duas vertentes diferentes que pela sua importância têm que ser referidos nesta introdução. Por um lado existem “bonecos” de terracota, toscamente moldados que aparentemente serviam para as crianças da altura brincarem. A evolução destes darão origem a brinquedos cada vez mais elaborados e complexos para as brincadeiras de crianças e por outro existiam esculturas ricamente trabalhadas e detalhadas por mestres oleiros que por certo seriam usadas pelas classes mais altas da sociedade como mostra de poder e riqueza.

Já na civilização egípcia, muitos faraós eram enterrados com miniaturas extraordinariamente detalhadas de animais, carros de guerra e embarcações que chegaram até aos dias de hoje em excelentes condições e que nos permitem ter uma visão mais exata de como eram os originais no seu tempo.

Outro exemplo que demonstra bem como a utilização de réplicas à escala era uma amostra de poder dos grandes governantes são as 8 mil figuras de terracota, em tamanho real, ricamente detalhadas e pintadas que deixou para a história o primeiro imperador chinês e, que nos dão preciosas indicações dos hábitos, fardamentos, equipamentos e armamentos utilizados na altura em que foram realizadas.

Mas com o passar dos tempos, a reprodução de modelos à escala deixou de ser somente possível para grandes governantes. Com os descobrimentos e depois com as colonizações, em que o meio de transporte para chegar aos novos mundos era o barco de madeira, os construtores navais que até aí só usavam desenhos e esquemas dos navios, perceberam o valor prático dos modelos à escala para mais facilmente venderem o seu produto a potenciais clientes. Assim grandes artesãos realizavam verdadeiras obras de arte, com um elevado nível de detalhamento dos barcos que os estaleiros se propunham realizar. Ainda hoje muito do que se sabe da construção náutica desse tempo provém do estudo desses mesmos modelos dado que muitos chegaram até aos nossos dias.

A reprodução à escala começou igualmente a ser usada como vertente histórica, por exemplo, no Britain’s National Army Museum, pode ser vista uma impressionante reprodução histórica com milhares de soldados em miniatura, da batalha de Waterloo, que decorreu em 1815, e a verdade é que essas miniaturas num qualquer diorama moderno não ficariam nada mal, mas foram realizadas poucos anos após essa épica batalha.

Mas até aqui, a construção de modelos só era possível para algumas pessoas muito habilidosas e possuidoras de ferramental próprio para trabalhar os mais diferentes materiais. Por isso mesmo a designação de “modelista”, foi durante muito tempo associado a "artista" ou artesão.

Com a revolução industrial, começaram a aparecer os primeiros brinquedos feitos em série, estes com o tempo tornaram-se mais complexos, e sobretudo com o aparecimento dos soldadinhos de chumbo, começou entre os diferentes fabricantes a surgir a necessidade de estabelecer tamanhos estandardizados, nasciam assim as escalas.

Com o século XX, os fabricantes de brinquedos começaram a perceber que alguns dos seus modelos, sobretudo os trens de comboios, navios, barcos e soldados começavam a ser adquiridos por pessoas mais velhas e assim começaram a criar produtos mais detalhados e específicos para um público mais específico e exigente .

Os primeiros kits de construção apareceram durante a década de 1930 e eram principalmente de papelão, madeira ou metal. Os de plástico apareceram em 1938, mas não tiveram grande aceitação no mercado. Somente em meados da década de 1950 é que com o aparecimento de novas firmas e com elas novos e diversificados modelos é que os kits de plástico deram o grande passo frente.

O aparecimento de kits de plásticos significou que qualquer um, com ou sem habilidade técnica, e com poucos materiais de apoio poderia montar bonitos modelos.

Os kits foram-se tornando cada vez melhores ao longo dos anos e novos materiais gradualmente foram sendo testados e introduzidos, desde as tintas aos decalques, resinas e afins… Mas os próprios kits também se tornaram por si só mais complexos e atualmente existem mesmo modelos motorizados ou rádio-controlados.

Não sei onde o modelismo nos levará, mas sei que vivemos anos de ouro neste maravilhoso hobby, sobretudo porque o modelista é cada vez mais exigente e os fabricantes têm conseguido corresponder muito positivamente à constante exigência pelo rigor.


Hobby_01Vénus de Willendorf - Exército de terracota – Soldadinhos de Chumbo

Também conhecida como Mulher de Willendorf, é uma estatueta de calcário oolítico com 11,1 cm, que representa uma mulher fértil. É considerada por muitos como uma das primeiras réplicas construídas pelo ser humano. Estudos apontam para que tenha sido esculpida há 22 000 ou 24 000 anos.

Exército de terracota, Guerreiros de Xian ou ainda Exército do imperador Qin, é uma coleção de mais de oito mil figuras de guerreiros e cavalos em terracota, em tamanho real (1:1), encontradas próximas do mausoléu do primeiro imperador da China. Foram descobertas em 1974, próximas de Xian.

Soldadinhos de chumbo são miniaturas de figura humana, geralmente militares, extremamente popular entre colecionadores. Essas miniaturas podem ser compradas já prontas ou num estado bruto para serem completadas artesanalmente à mão.

Na década de 1960, devido o perigo de saturnismo, foi proibido a comercialização de figuras de chumbo. Atualmente os "soldadinhos de chumbo" são produzidos em variados tipos de ligas metálicas (peltre, estanho, etc.) ou mesmo plásticos.

(Fonte Wikipédia)

Modelismo ou maquetismo?

Aparentemente, estes são dois termos são sinónimos, pelo menos em Portugal, mas na realidade têm significados diferentes.

Genericamente, utilizamos o termo modelismo porque está associado a modelista (aquele que faz modelos) e durante muitos séculos as pessoas tinham que fazer os seus próprios modelos já que praticamente não existiam maquetes/maquetas. Há ainda um outro aspeto a considerar que se relaciona com a utilização da palavra inglesa modeller, que significa modelista e da palavra model que é utilizada indistintamente tanto para maquete como para modelo.

O modelismo (de escala) pode ser definido como uma interpretação/recriação da realidade, de um modelo original, só que numa escala menor ou maior que o normal, para ser usada como um original ou modelo a ser seguido.

O maquetismo é a representação de um modelo real mediante um modelo técnico que pode representar o modelo com maior ou menor precisão, podendo focalizar alguns ou todos os aspetos do modelo original. Por exemplo, imagine uma maqueta de uma urbanização onde apenas são representadas as ruas e os relevos ou uma maqueta da estrutura de um edifício.

Parece um pouco complicado, certo? Vamos então tentar perceber melhor a diferença através da análise dos termos Modelo, Maquete e Original.

Imagine um avião militar real/verdadeiro em exposição num museu militar. Em modelismo, o modelo seria a reprodução de um "original" desse avião.

Se o modelo que reproduzimos estiver numa escala diferente do original em exposição, então estamos a falar de modelo à escala.

Agora imaginemos que do modelo reproduzido se obtêm "cópias". Então diríamos que essas cópias do modelo são maquetas do original.

Assim, embora os termos Modelo, Maquete e Original possam ser usados de maneiras muito diversas para definir coisas diferentes, do ponto de vista artístico é correto afirmar que quando usamos uma determinada peça como modelo para fazer uma maqueta devemos realmente dizer que estamos a usar um original para fazer um modelo que pode ser usado posteriormente para fazer maquetas a partir do modelo.

Portanto, em rigor, quem pratica este hobby faz maquetismo e não modelismo. Ou seja, quando compramos um kit de uma determinada marca, por exemplo Trumpeter, deveríamos dizer "Comprei um kit com uma maqueta de …" e não um “Comprei um kit com um modelo de …", já que o modelo está na fábrica da Trumpeter.

No entanto, conforme referido no início deste artigo/tópico, genericamente o termo usado em Português é modelismo e não maquetismo, pelo que será essa a terminologia que usaremos usualmente neste site. No entanto não poderíamos deixar de fazer referência a esta situação.

O que é o modelismo estático?

Que pergunta tão difícil…

Não é fácil de arranjar uma definição generalista para o que é o modelismo estático, e não é fácil porque acima de tudo o modelismo estático é uma experiência pessoal.

Para uns é uma atividade profissional. Basta imaginar um atelier de arquitetos onde os edifícios que se propõem realizar são reproduzidos em maquetas para que os potenciais clientes mais facilmente visualizem o projeto elaborado em papel ou modernos programas informáticos.

Para outros é a recriação histórica à escala. Mas esta definição não é abrangente porque se se tratar da reprodução de um modelo recente e bem documentado, até pode ser verdadeira, mas e se se tratar de uma reprodução de um modelo com pouca documentação histórica? Estou por acaso a lembrar-me de muitos dos aviões utilizados durante a I guerra mundial em que as fotos existentes são a preto e branco e geralmente de muito má qualidade ou por exemplo da questão polémica da cor dos aviões japoneses do fim da II guerra mundial em que não há grande certeza dos verdadeiros tons utilizados neles, sobretudo pela má qualidade das tintas utilizadas. Mas esta definição tem outras limitações, é que um modelo estático não tem que representar forçosamente um contexto histórico. Quem nunca viu reproduções de naves espaciais de filmes com a “Guerra das estrelas” ou de séries televisivas como a ”Galáctica”? Será isto recriação histórica? Já para não falar nos modelos inteiramente construídos por habilidosos modelistas (“Scracth-build”) mas totalmente fruto da sua imaginação e que podem ter tanta ou mais qualidade que um modelo de compra, mas não reproduzem nenhum modelo real, logo não recriam nada…

Reduzir a definição de modelismo estático à criação ou recriação de modelos respeitando uma determinada escala linear de relação entre as dimensões do objeto “real” e do modelo criado ou recriado, também não me parece boa ideia, pois imaginemos por exemplo uma linha de separação entre dois painéis blindados de um tanque à escala 1:35. Vamos imaginar que essa linha tem no nosso modelo 0.2 mm, se multiplicarmos este valor por 35, obtemos 7 mm, que em relação ao modelo original era um absurdo. Mas a alternativa a isto era um modelo sem linhas, e sem detalhes o que era ainda pior. Quanto mais pequeno for o modelo recriado, menos pormenores são possíveis de recriar, logo em determinadas situações é preferível não tentar “imitar” o original, do que cair no exagero… logo esta definição também não serve pois muitas vezes não é possível reduzir proporcionalmente a totalidade do modelo “real”.

Continuo sem conseguir arranjar uma definição razoável e a verdade é que se calhar nem existe mesmo; Mas também quantos hobby’s é que têm uma definição tão difícil quanto este? Até nisto somos especiais…

Posso quando muito definir o modelismo estático como a arte da ilusão… e isto porque acima de tudo o segredo está em enganar o cérebro.

Se o modelo final for pobrezinho, parece artificial e não convence a ilusão, mas se em contrapartida formos exagerados e pecarmos por excesso nos detalhes e efeitos de envelhecimento e desgaste, também não o convencemos.

Mas independentemente da definição que cada um tenha para modelismo estático, o realmente importante é que se tire o máximo de prazer na elaboração do modelo, pois o único limite desse prazer é a imaginação do modelista.


Hobby_02

Albatros D.I - Mitsubishi G4M - Tornado

Sem o recurso a esquemas de cores ou a modernas reproduções artísticas seria completamente impossível pintar corretamente um kit do biplano alemão Albatros D.I utilizado durante a WWI recorrendo unicamente a fotos da altura. Já relativamente à WWII existem imensas fotografias a cores, mas muitas delas de má qualidade o que não permite uma grande aproximação à realidade. Já nos dias hoje abundam as fotos de excelente qualidade que nos permitem a reprodução com grande exatidão dos modernos esquemas de pintura e camuflagem.

Quem pode ser modelista?

O modelismo está dividido por assim dizer em duas grandes áreas, o estático, e o dinâmico. Como o próprio nome indica, no modelismo estático constroem-se modelos ou projetos estáticos que apesar de pequenos, perecem ou tentam parecer reais. Quando estes trabalhos estão inseridos em cenários ou dioramas, parece mesmo que um pedaço do mundo “real” foi recortado e por artes mágicas “encolhido” e guardado numa vitrine. Já no modelismo dinâmico, pelo contrário, o que se busca é o movimento e, muitas vezes a velocidade, nem que para isso se tenha que comprometer a reprodução fiel dos modelos originais.

Assim, e não querendo nem podendo generalizar podemos dizer que o modelismo dá para todos os gostos feitios e habilidades… Pessoas mais calmas, metódicas, geralmente mais introvertidas e atentas aos pequenos pormenores, costumam dar bons modelistas estáticos, enquanto que pessoas mais irrequietas, extrovertidas, ávidas de emoções fortes e de adrenalina e que costumam ser boas com engenharia e mecânica facilmente se podem identificar com alguns dos segmentos do modelismo dinâmico.

Pessoalmente nada tenho contra o modelismo dinâmico, mas essa não é a minha onda e por isso não me vou alargar muito nessa área…

Relativamente ao modelismo estático, pode-se dizer que qualquer pessoa pode ser modelista, basta querer e ter gosto pelo hobby. O único requisito mais especial que me consigo lembrar é o de o de saber ser paciente. Porque por um lado algumas peças de que são feitos os modelos são realmente muito frágeis e partem com facilidade tendo que ser manuseadas com muito cuidado, por outro lado na fase na construção dos modelos outra questão que exige paciência é no respeito pelos tempos de colagem e secagem das peças que por vezes é demorado, no entanto com os novos produtos que vão saindo mesmo estes tempos são cada vez mais curtos.

Por exemplo: Ainda há poucos anos atrás com a utilização maciça das tintas Emanel (Latinhas de metal da marca Humbrol, Revell, ...) o tempo de secagem das peças pintadas era de várias horas, preferencialmente estas ficavam em secagem de um dia para o outro, enquanto que nos dias de hoje com boas marcas de tinta acrílica o tempo de secagem é muito pequeno, já para não falar que as tintas Enamel tinham um cheiro muito ativo e tinham que ser diluídas e os pincéis lavados em diluente, enquanto que as tintas acrílicas são diluídas em água e quase não têm cheiro. Para além da questão económica, pois são geralmente um pouco mais baratas e o ambiente também agradece.

De resto não há requisitos especiais, tanto mais que em modelismo não há certo ou errado, ou a necessidade de aplicar esta ou aquela técnica para fazer isto ou aquilo. Cada modelista trabalha da forma que mais gosta, não há regras rígidas e, o mais importante é a diversão. O resultado final se não está como gostava, para a próxima por certo estará bem melhor porque em modelismo sobretudo aprendemos com os erros e a prática.

A ter em conta antes de iniciar este hobby

A montagem, a pintura e o acabamento de modelos e figuras, assim como a construção de cenários e dioramas, é um hobby que lhe poderá permitir relaxar dos dias stressantes que atualmente vivemos e passar horas muito divertidas. Com o tempo, por certo, a qualidade geral dos trabalhos irá aumentar e uma interessante coleção irá começar a surgir.

No entanto, para poder disfrutar e aproveitar plenamente este hobby, alguns cuidados e princípios devem ser tidos em conta. Assim, de seguida elencam-se alguns deles:

  - Não nos podemos esquecer que neste hobby frequentemente usamos substâncias com componentes químicos que são tóxicos. Podemos referir a título de exemplo as tintas, sobretudo as enamel, bem como os diluentes usados para as diluir; o pó libertado pelas peças de resina quando lixadas; os solventes, como o álcool ou a terebintina, com que se preparam as tintas para uso com aerógrafo ou pincel, ou ainda as gotas de tinta em suspensão que permanecem no ar durante o uso o aerógrafo... Tudo isso pode ser respirado e poderá ser bastante prejudicial à saúde. Para evitar isso, ou pelo menos minimizar, devemos trabalhar sempre em espaços abertos e com boa ventilação;
  - Sempre que usar o aerógrafo ou tratar peças de resina é altamente aconselhado o uso de máscaras de proteção, pois estas impedem que respiremos as partículas em suspensão;
  - Proteja os olhos com óculos de proteção, especialmente ao cortar, lixar, limar ou usar materiais metálicos;
  - Tenha muito cuidado ao usar laminas de corte, bisturis, x-actos ou outras ferramentas de corte pois são relativamente frequentes os cortes mais ou menos dolorosos;
  - Deve evitar fumar ou fazer lume perto do local onde está a trabalhar. Algumas substâncias utilizadas são inflamáveis e, portanto, perigosas;
  - Evite igualmente comer no local onde pratica o hobby, pois inadvertidamente poderá ingerir partículas em suspensão;
  - Neste hobby é frequente o uso de cola de cianoacrilato. Esta cola é particularmente perigosa já que seca rapidamente e é difícil remover da pele caso entre em contacto com esta. Deve ter também muito cuidado para não mexer nos olhos quando trabalha com essa cola nem respirar os vapores libertados por ela;
  - Não “chupe” os pinceis para os limpar ou “endireitar” as cerdas. Se estiverem molhados seque-os com um pano que não liberte pelo e se estiverem em mau estado opte por os deitar fora;
  - Lave as não depois de ter estado a trabalhar. Se possível use sempre luvas de plástico ou de látex;
  - Se possível tenha um vestuário próprio para a prática deste hobby, como uma bata por exemplo, e nunca vá para a cama com a roupa com que esteve a trabalhar.

Possivelmente já vai pensar duas vezes antes de se iniciar neste hobby. No entanto, não pretendemos ser alarmistas, mas simplesmente alertar que são necessárias algumas precauções para poder disfrutar plenamente deste hobby. Algumas delas com o tempo tornam-se tão naturais que farão parte do processo.

Mas no fundo, tal como tudo na vida, o que é realmente necessário para poder praticar este hobby é simplesmente bom senso para assim evitar os perigos inerentes a este hobby. Até porque felizmente os fabricantes têm, nos últimos anos, apostado muito em novos materiais e cada vez existem mais produtos com baixa perigosidade para a saúde. Um bom exemplo disso é a existência de tintas acrílicas de cada vez melhor qualidade, praticamente inodoras e que podem ser diluídas inclusivamente com água.

Onde podemos adquirir os kits de modelismo?

Até há poucos anos, a produção de kits de modelismo era limitada a algumas marcas que só muito esporadicamente realizavam o lançamento de novos produtos. A oferta era pouco diversificada entre os fabricantes que apostavam sobretudo na produção de aviões e veículos militares amplamente conhecidos do publico. Tinham, no entanto, um grande ponto a favor. Como eram fabricados em quantidade eram relativamente baratos.

Quem tivesse alguma margem financeira facilmente conseguia “esgotar” as ofertas de mercado.  Essa limitação fez com que o mundo do modelismo estático vivesse tempos complicados e de duvida sobre o futuro…

Entretanto, começaram a aparecer novos produtos, nomeadamente em resina, acompanhados pelo surgimento de novos fabricantes, sobretudo do Extremo Oriente e da Europa de Leste, e rapidamente o modelismo estático ganhou um novo folego.

Rapidamente começaram também a aparecer fotogravados e peças em metal ou borracha que conferiam um muito maior realismo aos kits. A par disso deu-se também uma grande evolução no campo das tintas e materiais para detalhar à base de pigmentos e óleos e, atualmente, é praticamente impossível estar a par (ou comprar) todas as ofertas de novos produtos que vão saindo, tal é o seu número…

A fome deu em fartura e instalou-se o caos. Atualmente, a oferta é tanta que o difícil mesmo é saber o que comprar já que da construção de modelos amplamente conhecidos passou a existir em kit de modelismo (por vezes em diferentes materiais e escalas) acesso a praticamente todos os modelos que se possa imaginar, por mais raros que sejam…

Para a disponibilização de todo um novo mundo no que diz respeito aos kits de modelismo muito contribuiu, igualmente, o aparecimento de programas gráficos, cada vez mais poderosos, e das impressoras 3D. Hoje existem produtos de altíssima qualidade, mas verdade seja também dita, a preços por vezes proibitivos… o que torna este hobby um pouco complicado para meros amadores.

Mas então voltemos ao tópico inicial. Onde podemos adquirir os kits de modelismo?

Pois! Esta é a parte mais complicada para quem, como eu, gosta de ter as caixas dos kits nas mãos, de comparar diferentes modelos, de ver e imaginar este ou aquele cenário que conseguiria fazer com dois ou três modelos que estão mesmo à nossa frente… Mas de facto em Portugal não há grande oferta de lojas que vendam kits de modelismo. Lá existe uma ou outra honrosa exceção, mas de facto a diversidade não é muita e de um modo geral são pequenas lojas com uma oferta reduzida de produtos e geralmente concentradas nas grandes cidades.

No entanto, podemos sempre adquirir os nossos kits em exposições de modelismo que se fazem um pouco por todo o Portugal ou através de lojas on-line existentes na internet. Pelo que foi referido anteriormente, se optar pela via da internet, o melhor mesmo é ir-se preparando para passar umas boas horas a fazer pesquisas, pois frequentemente existem diferenças astronómicas entre o mesmo kit, vendido por comerciantes de diferentes países, e todo um mundo de “extras” que podem ser adquiridos separadamente, mas que no conjunto permitiram ter um trabalho final realmente único. O limite é mesmo a imaginação e capacidade financeira de cada um…


 Venda de Kits (Europa / Resto do Mundo) - Fabricantes

De que são feitos os kits de modelismo?

Independentemente de se tratar de um modelo de avião, barco, tanque ou outro, quase todos eles têm uma característica comum, são maioritariamente feitos de plástico injetado a altas pressões em moldes de aço e chegam até nós em dezenas ou centenas de pequenas peças que têm de ser montadas, pintadas e detalhadas.

Digo que quase todos têm esta característica em comum, porque também existem modelos feitos em folhas de matéria plástica expandida (Vacuform) que necessitam de ser inteiramente cortados e detalhados com peças sobresselentes de outras construções pois esta técnica de fabrico tem grandes limitações relativamente ao pormenor de pequenas peças tais como as rodas, trens de aterragem, hélices, cabines e afins...

Outros tipos de materiais atualmente muito em voga sobretudo pela qualidade dos pormenores apresentados são as resinas, as borrachas, metais e os "Photo etched” ou fotogravuras. Um outro material igualmente muito utilizado em modelismo estático é a madeira de valsa.

Para terminar e mais uma vez como prova da grande polivalência deste hobby temos os modelos inteiramente confecionados pelos modelistas usando folhas de plástico (Plasticard) de várias espessuras e formatos ou utilizando os mais diversos materiais caseiros que vão das latas de refrigerante às embalagens plásticas de lixívia ou detergente.


Hobby_03

Molde - Máquina de moldagem - Produto final

Onde posso montar o meu modelo?

Hobby_04Numa primeira fase, em qualquer mesa da sala ou da cozinha lá de casa, mas vai ver que com o tempo, vai começar a sentir necessidade de um sítio específico para esse fim, um sítio arejado, de preferência com luz natural e que possa sujar mais ou menos à vontade. (Cuidado com as esposas ou com as mães).

Honestamente, a montagem dos kits faz lixo, sobretudo na fase em que se lixam as peças. A preparação das tintas ou exige a utilização de água ou outros tipos de diluentes e, a pintura sobretudo se for a aerógrafo exige um espaço apropriado e ventilado. Na preparação dos dioramas ou bases frequentemente utilizamos terra, areia, musgo, paus e tantas outras coisas que facilmente fazem sujidade. Daí a necessidade de com o tempo ter um espaço mais ou menos especifico para a prática deste hobby.

Quando pensarmos num local para trabalharmos os nossos kits, convém ponderarmos um sítio que nos permita o acesso a um computador preferencialmente com ligação à internet, pois com a possibilidade que este nos dá de consultarmos imagens ricamente detalhadas em tempo real, por certo em muito irá contribuir para um melhor resultado final dos nossos trabalhos.

 
Acabei! E agora?

Hobby_5Uma boa ideia era levar o seu trabalho a uma exposição para poder ser admirado por outros modelistas. Confesso que nunca tive coragem para o fazer, apesar de gostar bastante de admirar obras maravilhosas realizadas por verdadeiros mestres, mas quando dedicamos a um modelo semanas ou meses de trabalho, cria-se um elo forte de possessão para com o nosso mais recente “filho” que nos faz ficar egoístas e receosos que algo lhe aconteça. Assim, no meu caso vão para uma caixa ou vitrina lá de casa e só são vistos por quem me visita ou consulta este site.

Mas o mais importante mesmo é que independentemente de onde guarde, ou do que faça aos seus modelos os proteja dos seus dois principais inimigos. O pó e daquelas pessoas que “têm as vistas na mão” e só conseguem apreciar bem um trabalho se lhe tocarem.

 

 


Agora que já fizemos uma pequena introdução ao mundo do modelismo estático, vamos ver o que constitui o kit de modelismo

 


 Última atualização da página: 05/02/2019